Segundo levantamento da delegacia local, 40% dos boletins envolvem supostas condutas inapropriadas.
A administração municipal vem incentivando desde 2021 a criação de mecanismos contra a violência contra as mulheres de Reserva. Da criação e fortalecimento do Conselho Municipal da Mulher, a vinda da Procuradoria da Mulher e na última sexta-feira (25) uma edição especial na Rádio Reserva FM e redes sociais sobre o tema.
Estiveram presentes a vice-prefeita e presidente do conselho Ana Maria Pachalki, a procuradora e vereadora Sueli Justino, a delegada da Polícia Civil do Paraná (PCPR) Sandra Nepomuceno e a apresentadora naquela oportunidade Edicleia Gomes Andrade.
‘’Nesta gestão estamos com um trabalho intenso em favor das mulheres. Essa situação [de violência] atinge não apenas ela, mas toda a família. Hoje pedimos esse espaço muito importante em que a família para seus afazeres e ouve a rádio. Muitas podem estar impactadas com o tema, mas estamos aqui para conversar um pouquinho da realidade do munícipio referente à violência contra o sexo feminino’’, pontuou a vice-prefeita, que junto com a procuradora sabatinaram a delegada.
Foram discutidos por mais de 45 minutos temas pertinentes reforçando a importância da Lei Maria da Penha, sancionada em 2006, que enumera as principais formas de agressões em física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. A PCPR divulgou que o número de mortes, tanto por homicídios ou feminicídios, vem caindo em Reserva. Em 2020, no primeiro ano da pandemia, 22 homicídios foram registrados, contando todas as formas. No ano seguinte, 11 no total e dois feminicídios e até o fechamento deste texto, uma mulher foi morta por violência doméstica em 2022.
‘’O namorado ou marido que tratam suas companheiras como propriedade. O que nós sugerimos? Quando está no inicio de um relacionamento ela já percebe como está sendo tratada e ela tem que se posicionar para não deixar ser usada como objeto. Ela é uma mulher e deve ser tratada como tal, veio com seu companheiro para agregar, trazer felicidade e todas as coisas boas que uma relação saudável proporciona. Jamais ser tratada como objeto, ser desrespeitada, xingada, agredida e cair nesses cinco tipos de violências mencionadas’’, esclarece Sandra Nepomuceno.
Medida Protetiva
A delegada comentou sobre esse recurso também utilizado na proteção da mulher. São ordens judiciais concedidas pela justiça em individuo que esteja em situação de risco, perigo ou vulnerabilidade. A vítima deve procurar a delegacia, o MP, a Procuradoria da Mulher ou a Defensoria Pública.
‘’A Medida Protetiva é mais eficaz que instaurar um procedimento de ação penal e lá na frente o agressor ser preso. A medida é autônoma, a vítima simplesmente faz um requerimento explicando a situação de risco e que ela pretende se afastar do companheiro, realizando esse pedido ao judiciário, o órgão tem 48h para responder; sem ouvir ninguém, sem advogado e apenas a palavra da vítima. Ela faz o requerimento na delegacia. O juiz defere e o agressor é intimado para depor para obedecer às determinações.’’, comenta Nepomuceno.
Normalmente são aplicadas as punições de afastamento do lar, parar de mandar mensagens, ligações ou importunação através de perseguição, valendo para familiares. Não há período especifico. Respeitado as orientações e cada um vivendo sua vida, a medida é arquivada, sem prejuízo ao agressor. A vítima pode ainda mudar de ideia e partir para uma ação criminal.
Polícia Civil:
Endereço: Rua Antônio Sluzala, número 48, no centro de Reserva
Telefones: 197, 3276-2389 ou (42) 99949-7626
Procuradoria da Mulher:
Endereço: Rua Generoso Marques, número 1035, (Câmara Municipal).
Fórum Estadual:
Endereço: Rua Paulino Ferreira e Silva, número 778, Centro.
Telefone: (42) 3309-3345
Por Prefeitura Municipal de Reserva
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