Secretários confessaram prática em depoimento a autoridades e a vida seguiu normalmente.
Corre na Justiça do Paraná um caso emblemático do que é um ano eleitoral no Brasil: boa parte das acusações feitas por adversários políticos uns contra os outros são um verdadeiro resumo das idiossincrasias do Brasil.
É o que ocorre, por exemplo, em Telêmaco Borba, uma cidade paranaense com cerca de 75 mil habitantes, a quatro horas de Curitiba. O prefeito da cidade, Márcio Artur de Matos (PSD), e sua vice, Rita Araújo (PSD), enfrentam uma ação popular que pede o afastamento dos dois por causa da nomeação de auxiliares que devolviam parte dos salários para custear uma futura campanha política.
O mais vergonhoso é que, segundo o processo, os secretários confessaram a prática da rachadinha em depoimentos oficiais a autoridades, dentro de um inquérito. E, no fim, todos continuam em seus cargos , tanto o prefeito e a vice quanto os secretários.
No caso do secretário de administração do município, Izomar Pucci, a admissão da rachadinha foi feita em depoimento ao próprio Ministério Público. Tudo somado, temos aqui uma história singela de uma cidade do interior, mas que traduz bem os problemas que o país ainda tem pela frente para resolver.
A coluna procurou todos os citados no caso e a prefeitura da cidade, mas não obteve resposta até a publicação da reportagem.
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