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Foto do escritorPor Folha de Telêmaco

'Jesus Cristo não existiu, mas foi uma alucinação causada por cogumelos', diz arqueólogo

A história de Jesus Cristo costuma dar vazão a muitas interpretações. Mas talvez nenhuma delas tenha sido tão radical quanto a feita pelo britânico John Marco Allegro, um controverso arqueólogo e estudioso dos manuscritos do Mar Morto.

Segundo o que afirmou durante a década de 1970, Jesus não teria sido um homem real, mas sim uma alucinação causada por cogumelos.


As explicações têm fundo histórico. Inicialmente, é preciso considerar que a Bíblia é vista por muitos estudiosos como um conjunto de alegorias, e não como uma descrição realista do que teria ocorrido no passado. Isso dá margem para que muitos pesquisadores debatam sobre as provas históricas a respeito do nascimento e vida de Jesus. E John Allegro está entre os que ofereceram a explicação mais original para esse acontecimento.

O raciocínio do arqueólogo

Allegro foi conhecido por ser um grande estudioso dos Manuscritos do Mar Morto, coleção de centenas de textos e fragmentos de texto encontrados em cavernas de Qumran, no Mar Morto, entre as décadas de 1940 e 1950. Esses documentos tiveram um grande impacto na compreensão do Judaísmo e do Cristianismo.


Quando foram encontrados, os manuscritos ainda não estavam traduzidos. Por isso, não se sabia o que eles carregavam. John Allegro foi um dos primeiros estudiosos a receber autorização para decifrar esses textos antigos. Em 1955, ele recomendou que o Pergaminho de Cobre, o maior entre eles, fosse enviado para a Universidade de Manchester para ser analisado. Após anos de pesquisa, Allegro publicou dois livros sobre o assunto.

Jesus como uma alucinação?

Em 1970, Allegro publicou uma obra chamada The Sacred Mushroom and the Cross (algo como "O cogumelo sagrado e a cruz") e outra em 1979, chamada Os Manuscritos do Mar Morto e o Mito Cristão. Nos livros, ele explorava a ideia de que o Cristianismo seria uma espécie de disfarce para um culto sexual criado por pessoas que consumiam Amanita muscaria, um fungo com propriedades alucinógenas.


Assim, para o arqueólogo, Jesus pode ter sido uma metáfora para indicar o fungo e seus efeitos. Ele argumentou no livro que o cristianismo primitivo foi criado a partir de um culto que registrou práticas xamânicas em textos do Novo Testamento. Segundo Allegro, os evangelistas teriam feito interpretações equivocados na transcrição dos Evangelhos.


De acordo com esta visão, portanto, nunca teria existido um homem chamado Jesus Cristo. O que teria existido seria um culto de pessoas que usavam o cogumelo para ter experiências alucinógenas.


Obviamente, essa leitura de John Allegro foi muito contestada, mas chegou a circular bastante dentro dos movimentos de contracultura na década de 1970. Houve ainda quem defendeu que o arqueólogo criou essa ideia como uma espécie de vingança contra os cristãos que rejeitaram suas traduções dos Manuscritos do Mar Morto. Mas é claro que houve também que adorou a interpretação bizarra.

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