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Foto do escritorPor Folha de Telêmaco

Foragido da polícia, vereador que matou sobrinho ganha licença de Câmara Municipal de Reserva (PR)

Zé Odílio (MDB) teve pedido de licença aprovado por unanimidade pelos demais vereadores. Homem está foragido há 40 dias.

Zé Odílio (MDB) e Câmara de Vereadores
Zé Odílio (MDB) e Câmara de Vereadores

Defesa dele afirma que aguarda acesso ao processo para se manifestar.


O vereador José Odílio dos Santos (MDB), de Reserva, cidade dos Campos Gerais do Paraná, recebeu uma licença da Câmara Municipal que permite o afastamento dele das atividades legislativas por três meses.


Zé Odílio, como é popularmente conhecido, está foragido da polícia desde o dia 6 de julho. Ele é suspeito de assassinar o próprio sobrinho, Diorgenes Fernando Ferraz Lemes, de 24 anos, durante o velório de um familiar de ambos. Segundo as investigações, o jovem foi assassinado após cobrar uma dívida do tio. Relembre detalhes mais abaixo.


O pedido da licença foi feito pela defesa de Odílio e aprovado por unanimidade pelos demais vereadores da casa na sessão de terça-feira (13). Durante o período, ele não será remunerado e a Câmara vai solicitar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a indicação do suplente para assumir o cargo.


Procurada pelo g1, a Câmara de Vereadores de Reserva se limitou a confirmar as informações e não comentou o caso. Informamos que aguardamos outras informações pertinentes ao caso das autoridades competentes. Em nota, o advogado Jorge Sebastião, que representa Zé Odílio, disse que o pedido foi feito de acordo com o regimento interno da Câmara e que aguarda ter acesso ao processo para se manifestar sobre a investigação criminal.


"Estamos tentando ter acesso aos motivos e fundamentos da decretação da prisão preventiva, cujo acesso nos foi negado pela Juíza da Comarca de Reserva. Estamos aguardando julgamento do Mandado de Segurança que está no TJPR, para termos acesso ao conteúdo dos autos. Sem acesso ao conteúdo a defesa não tem como apresentar manifestação mais aprofundada", afirma.


Zé Odílio é vereador há 11 anos


Zé Odílio ocupa o cargo de 1º secretário da Mesa Diretora de Reserva - que possui 11 vereadores no total. A cidade tem cerca de 24,5 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O foragido está na terceira gestão como vereador e entre 2019 e 2020 chegou a presidir o Legislativo.


No final de julho Zé Odílio deu um depoimento virtual à polícia, e disse que não iria se entregar. As informações são do delegado Silas Belém de Castro, responsável pelo caso. Ele explica que foi procurado pelos advogados do vereador no início semana e fez os interrogatórios do vereador e do irmão dele - que fugiu com o homem após o crime e também é considerado foragido - por videochamadas.


Segundo ele, pelas imagens não foi possível identificar os locais em que ambos estavam.

O delegado afirma que Zé Odílio disse que foi armado até o velório porque estava sendo ameaçado pelo sobrinho e que o irmão dele, Valdereis Sebastião Fernandes dos Santos, alegou que não teve envolvimento com o crime e fugiu porque ficou nervoso.


O inquérito foi finalizado no dia 25 de julho e os dois irmãos foram indiciados por porte ilegal de arma e homicídio, qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Ambos continuam sendo procurados pela polícia.


Entenda o crime

Segundo o delegado Castro, o velório estava ocorrendo em um sítio particular. O sobrinho chegou antes e discutiu com o tio por telefone.


"A vítima estava sentada na frente da casa [do sítio] quando os autores, que eram tios da vítima, chegaram e o autor, José Odílio, munido de uma arma de fogo, disparou três vezes em direção a vítima. Os disparos, em tese, pegaram na cabeça da vítima", detalha o delegado.

Na sequência, Zé Odílio e o irmão fugiram de carro, afirma.


"A motivação do crime seria uma transação financeira entre eles, causada pela venda de um trator que a vítima estava cobrando o autor. [...] O autor não queria pagar a vítima", conta o delegado.


Armas

O delegado Silas Belém de Castro afirma que o vereador possui duas armas registradas, mas como a usada no crime não foi encontrada, não é possível confirmar se ela é uma delas, ou não.

O delegado também explica que o homem possui porte de arma, mas não posse - e, por isso, não poderia sair de casa armado.

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