Após morte da filha cardiopata, mãe retoma campanha da menina para ajudar pacientes em hospital: 'Era o sonho dela'.
Brenda Rafaelly tinha cinco anos quando descobriu cardiopatia e morreu aos 12. Durante o internamento, queria ajudar outros pacientes de hospital em Curitiba.
Moradora de Telêmaco Borba, nos Campos Gerais, a autônoma Gleyci Biassio de Oliveira, 30 anos, retomou, em 2022, um sonho deixado pela filha, Brenda Rafaelly Biassio de Oliveira, que morreu há um ano por causa de complicações de uma cardiopatia dilatada. A menina queria ajudar os então companheiros de internamento.
Brenda, vendo a debilidade dos pacientes, queria arranjar uma cadeira de rodas e doar para o hospital. Para isso, a ideia foi juntar lacres de latas de refrigerante. "O hospital era a nossa segunda casa, e ela (Brenda) sempre via essas campanhas de arrecadação. Acho que foi aí que surgiu a ideia de ajudar as pessoas internadas. Era o sonho dela. Ela começou a juntar os lacres do nada. Tinha, literalmente, o coração grande". Assim que o tratamento começou, Brenda passou por diversas consultas no Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba. Segundo a mãe, a convivência no ambiente médico despertou a solidariedade na garota.
O diagnóstico Brenda morreu em 2 de dezembro de 2021, aos 12 anos. De acordo com a mãe, o diagnóstico da cardiopatia dilatada, quando o coração é maior do que o normal, veio quando ela tinha cinco anos.
O problema foi percebido por uma professora de Brenda, que notou que a menina ficava muito cansada. "Ela comia bem, era uma criança normal. Mas a professora identificou que ela cansava bastante. Não tínhamos percebido isso em casa. Fomos investigar com os médicos, mas o problema não foi descoberto de início. Um dia, a Brenda apagou do nada e corremos pro hospital. Aí perceberam a gravidade do caso e nos encaminharam para Curitiba, onde ficamos 10 meses passando por diversas consultas". Ela passou por dois cateterismos e uma cirurgia para implante do marcapasso. Estava à espera de um transplante de coração. O futuro Gleyci diz que, para conseguir a cadeira de rodas, são necessárias 140 garrafas de dois litros cheias de lacres. Um ano após a morte da filha, ela afirma que decidiu, junto com a família, retomar o sonho de Brenda.
Até o momento, eles conseguiram encher oito garrafas com lacres. Se a meta for atingida, o objetivo é doar a cadeira de rodas para o Pequeno Príncipe, hospital onde Brenda passou os últimos dias de vida. "A gente continuou com a campanha em 2022, mas de forma tímida. Agora que completou um ano da partida dela, demos um gás. Não sei quanto tempo vai levar, mas o importante é concretizar o desejo da Brenda. Às vezes somos uma gota no meio do oceano, mas aos pouquinhos e com a ajuda de todo mundo, tenho a certeza que vamos crescer".
Fonte: g1 Campos Gerais
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