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Foto do escritorPor Folha de Telêmaco

Ciclone trará muita chuva, frio, geada e talvez neve no sul do Brasil

Institutos de Meteorologia alertam que a virada da estação e o começo da primavera vão ser marcados pela formação de um ciclone extratropical na região Sul do Brasil com chuva, vento e frio, e talvez até queda de neve, com tempo firme, marcas negativas e geada na sequência com o domínio do ar frio de alta pressão atmosférica.


Uma área de baixa pressão cruzará o Rio Grande do Sul na quinta-feira (22) e vai se aprofundar, trazendo muitas nuvens e chuva em diversas regiões.


Os maiores acumulados são esperados no Rio Grande do Sul, onde em alguns pontos os volumes devem ficar entre 50 mm e 75 mm com pancadas localmente fortes a ocasionalmente torrenciais. O centro de baixa pressão traz muitas nuvens e chuva na maioria das regiões na madrugada e parte da manhã, embora não alcance todas as cidades, como do Noroeste. No decorrer do dia, o tempo abre com sol e nuvens na Metade Oeste enquanto a Metade Leste segue com muitas nuvens, chuva e aberturas isoladas. Projeção de chuva acumulada em 72 horas até 9h de sábado do modelo meteorológico.


A frente fria associada ao centro de baixa pressão avançará pelo restante do Sul do Brasil, o Centro-Oeste e o Sudeste do país com nuvens e pancadas de chuva, mantendo a instabilidade que durante a quarta-feira já trouxe chuva e temporais isolados para diferentes pontos, especialmente entre o Mato Grosso do Sul e São Paulo. Pode chover forte com temporais localizados em pontos de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. Ciclones extratropicais no Atlântico Sul ocorrem em qualquer época do ano o período entre o outono e a primavera são os de ciclogênese (formação de ciclone) mais frequente nas latitudes médias do continente. Com a La Niña e incursões tardias de ar frio, cresce o risco de ciclones entre o Sul do Brasil, o Centro da Argentina e o Uruguai.


CICLONE EXTRATROPICAL


Um ciclone se forma no final desta quinta sobre o Oceano Atlântico, junto à costa gaúcha, a partir de um centro de baixa pressão que vai cruzar o território gaúcho no decorrer do dia com instabilidade. O ciclone não deve ser intenso e deve ter pressão mínima central na costa de 997 hPa no final da quinta e de até 994 hPa no começo da sexta, quando começa a se distanciar do continente. Projeção de pressão atmosférica em superfície do modelo Icon indica a formação do ciclone extratropical na costa gaúcha e seu distanciamento durante a sexta.


O ciclone intensifica o vento nesta quinta com rajadas mais da tarde para a noite e que persistirão durante a madrugada e manhã da sexta, sobretudo no Sul e no Leste gaúcho. As rajadas vão ficar, em média, entre 60 km/h e 70 km/h, podendo atingir 70 km/h a 90 km/h em pontos da Lagoa dos Patos e do litoral. A ventania deve atingir ainda o Litoral Sul de Santa Catarina no começo da sexta. Não são esperadas maiores consequências em razão da atuação deste ciclone, entretanto não podem ser descartados transtornos menores como quedas de algumas árvores e cortes isolados de energia elétrica. Na costa do Sul do Brasil, o ciclone sobre o mar deve gerar swell com ondas mais altas e risco de ressaca fraca a moderada nas praias.


CICLONE IMPULSIONA AR FRIO


O ciclone extratropical vai impulsionar para o Norte uma massa de ar frio. A massa de ar frio que avança para o Sul do Brasil é de forte intensidade para esta época do ano. Hoje, o ar polar foi responsável por uma significativa precipitação da neve nas regiões serranas da província de Córdoba, no Centro da Argentina, com neve em intensidade e acumulação que não são comuns nesta época do ano.


Trata-se de uma massa de ar frio com trajetória continental, ou seja, que avança pelo interior do continente. Com isso, a temperatura vai cair acentuadamente não apenas no Sul do Brasil e também em muitas áreas do Centro-Oeste, em grande parte do Sudeste e até mais ao Sul da Região Norte (friagem). Projeção de anomalia de temperatura em 850 hPa (1500 metros) do modelo europeu indica massa de ar frio abrangente e de trajetória continental.


As madrugadas mais frias devem ser as de sexta e do fim de semana com previsão de até 7ºC ou 8ºC em Porto Alegre, marcas abaixo de 5ºC na maioria das cidades do interior gaúcho e mínimas negativas em áreas serranas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Embora as madrugadas frias, as tardes serão amenas com maior aquecimento no domingo. Vai esfriar muito ainda no Paraná, onde Curitiba pode descer a 5ºC.


Projeção de temperatura para o amanhecer do sábado do modelo canadense | METSUL Em São Paulo, a massa de ar frio ingressa durante a sexta-feira com queda de temperatura. No fim de semana, as madrugadas na capital paulista devem ter até 8ºC a 9ºC no sábado e de 10ºC no começo do domingo. A temperatura declina bastante ainda no Mato Grosso do Sul, onde Campo Grande deve ter chuva forte nesta quinta e frio de até 12ºC no começo do sábado.


GEADA NOS TRÊS ESTADOS DO SUL


A chance de nevar é baixa, mas há um modelo numérico indicando a possibilidade de queda de neve nas áreas de maior altitude de Santa Catarina no começo da sexta-feira. É o caso do modelo canadense. A simulação projeta chance de neve a partir da interação ciclônica com o ar polar, mas a MetSul destaca que a situação para o fenômeno será muito limítrofe com temperatura no nível de 850 hPa (1500 metros) pouco abaixo de zero. Modelo meteorológico canadense projeta chance de neve no Planalto Sul Catarinense no começo da sexta-feira.


A massa de ar frio trará um episódio de geada tardia no começo da primavera e que afetará os três estados do Sul. Já deve gear nesta sexta no Oeste e na fronteira com o Uruguai. A geada atinge muitas áreas do Sul do país na madrugada de sábado e reduz a sua abrangência no começo do domingo. Projeções de geada do modelo canadense para as madrugadas de sexta a segunda no Sul do Brasil | METSUL Geada nesta época do ano traz riscos para o campo. Trata-se de um evento tardio de frio e que tem potencial de afetar fruticultura e trigo, especialmente em baixadas, onde o resfriamento é maior com mínimas mais baixas e potencial de geada mais forte.


As informações são do Instituto MetSul


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