Pelo menos 22, das 62 vítimas eram da região de Cascavel.
O Centro de Eventos de Cascavel, no oeste do Paraná, é disponibilizado para velórios de vítimas do avião que saiu da cidade e caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo na última sexta-feira (9), anunciou em entrevista coletiva o prefeito de Cascavel Leonaldo Paranhos.
"A gente vai deixar a estrutura pronta a partir de amanhã e as pessoas vão tomar as decisões, se querem participar naquele local porque o serviço de funeral de Cascavel é feito através de uma autarquia, ele é público, não é privado, então o município precisa condicionar essa infraestrutura e será no Centro de Eventos", explicou Paranhos. A aeronave tinha como destino Guarulhos, em São Paulo. Estavam a bordo 62 pessoas, sendo 4 tripulantes. Ninguém sobreviveu. Das vítimas, pelo menos 22 são da região de Cascavel.
"Temos uma informação extraoficial que poderá nas próximas horas ter liberação de alguns corpos que já foram identificados, já comunicaram as famílias e elas vão decidir de que forma querem fazer o translado e o funeral", explicou o prefeito de Cascavel.
Conforme o gestor, os corpos serão levados a Cascavel e demais locais em uma operação que será realizada pela companhia Voepass, dona da aeronave que caiu, em conjunto com outras operadoras e que os detalhes ainda estão sendo definidos porque dependem de como será a liberação dos corpos. Segundo Paranhos, a Força Aérea Brasileira (FAB) também colocou uma aeronave à disposição para o translado dos corpos das vítimas.
“Momento de muita tristeza, atingiu de forma direta essas famílias, amigos, parentes. [...] Foi uma fatalidade que derrubou nossa cidade e o poder público precisa prestar solidariedade para que possamos passar por est momento tão difícil", lamentou o prefeito.
Material DNA coletado de parentes das vítimas vai para SP
A Polícia Científica do Paraná informou que vai mandar para São Paulo, no fim da tarde deste domingo (11), os materiais coletados em Cascavel, com parentes das vítimas e que vão ajudar na identificação dos corpos. A instituição afirma que atendeu 30 famílias e realizou 31 coletas de DNA, dentro do protocolo de Identificação de Vítimas de Desastres(IVD).
"As amostras de perfil genético, além de 19 documentações odontológicas e médicas coletadas pela instituição, serão entregues embalados e lacrados à Polícia Científica de São Paulo para auxiliar na identificação das vítimas", diz nota divulgada no domingo (11).
A queda
Esse é o acidente aéreo com o maior número de vítimas desde a tragédia da TAM, em 2007 no Aeroporto de Congonhas, quando houve 199 mortos.
As vítimas estavam em um avião turboélice de passageiros, modelo ATR-72. Segundo a VOEPASS Linhas Aéreas, a aeronave decolou de Cascavel sem nenhuma restrição de voo, com todos os seus sistemas aptos para a realização da operação, e todos os tripulantes com habilitação válida.
O avião saiu de Cascavel às 11h46 e pousaria em Guarulhos. A aeronave voou por 1 hora e 35 minutos sem qualquer registro de ocorrências, até fazer uma curva brusca, despencar 4 mil metros em aproximadamente 1 minuto e sumir do radar, após explodir no terreno de uma casa em um condomínio residencial.
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas. A Voepass Linhas Aéreas, antiga Passaredo, companhia aérea dona da aeronave, divulgou um telefone, disponível 24h, para prestar informações a familiares de vítimas, colaboradores e interessados: 0800 9419712.
Em nota, a companhia disse priorizar "prestar irrestrita assistência às famílias das vítimas" e que colabora com as autoridades para apuração das causas do acidente. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) lamentou o acidente e disse que vai monitorar "a prestação do atendimento às vítimas e seus familiares pela empresa, bem como adotando as providências necessárias para averiguação da situação da aeronave e dos tripulantes".
A Polícia Federal instaurou inquérito para investigar o acidente. Um 'gabinete de crise' foi montado pela corporação na casa de um morador dentro do condomínio onde houve a tragédia.
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