Essa porcentagem foi vista em pesquisa feita antes do surgimento da inteligência artificial generativa, como o ChatGPT.
A Inteligência Artificial (IA) é uma tecnologia que dá às máquinas a possibilidade de terem conhecimentos através de experiências, e permite que elas se adaptem ao seu meio e desempenhem tarefas quase da mesma maneira que um ser humano faria. A princípio, isso é uma ótima ideia. No entanto, ninguém sabe ao certo até onde essa tecnologia pode nos ajudar ou então ser a nossa ruína.
E conforme as ferramentas vão se desenvolvendo, muitas pessoas têm medo de que elas acabem substituindo os humanos em vários trabalhos. Por mais que algumas pessoas achem que essa é uma preocupação descabida, isso pode acabar se tornando realidade.
Um exemplo disso foi o dito pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), na terça-feira dessa semana. Segundo ela, mais de um quarto dos empregos na organização dependem de habilidades que podem ser automatizadas facilmente na próxima revolução da Inteligência Artificial. Sabendo disso, é claro que os trabalhadores temem com a possibilidade de perderem seus empregos.
Substituição
A OCDE é um bloco com 38 membros, principalmente de países ricos, mas com países de economias emergentes como o México e a Estônia. “Até agora, há poucas evidências de que o surgimento da inteligência artificial tenha um impacto significativo nos empregos, mas isso pode ocorrer porque a revolução está em seus estágios iniciais”, disse a OCDE.
Dentre todos os empregos, os que têm um risco maior de serem substituídos equivalem a 27% da força de trabalho nos países da OCDE. As nações que podem ser mais afetadas são da Europa Oriental. E os trabalhos que têm um risco maior de serem automatizados foram definidos como os que usam mais de 25 das 100 habilidades consideradas pelos especialistas em IA como sendo facilmente automatizadas.
Ainda conforme a OCDE, três em cada cinco trabalhadores se preocupam em perder seu trabalho para a inteligência artificial nos próximos 10 anos. Isso foi visto em uma pesquisa feita pela organização em 2022 com 5.300 trabalhadores em duas mil empresas entre manufatura e finanças. E essa pesquisa foi feita antes do surgimento e desenvolvimento do ChatGPT, que está causando ainda mais medo nos trabalhadores.
Uso
Entretanto, mesmo que essa preocupação exista, dois terços dos trabalhadores que já trabalham com a inteligência artificial pontuaram que ela fez com que seus trabalhos ficasse menos tediosos e perigosos.
“Como a IA afetará os trabalhadores no local de trabalho e se os benefícios superarão os riscos dependerá das ações políticas que tomarmos. Os governos devem ajudar os trabalhadores a se prepararem para as mudanças e se beneficiarem das oportunidades que a IA trará”, disse Mathias Cormann, secretário-geral da OCDE.
Inteligência Artificial
Mesmo que muitos digam que essa substituição não irá acontecer, pelo menos não por completo, em alguns casos ela já é uma realidade. Um exemplo é Dean Meadowcroft, que era redator em um pequeno departamento de marketing.
Ele escrevia comunicados para a imprensa, fazia postagens nas redes sociais e criava outros conteúdos para a empresa. Contudo, desde o fim de 2022, a empresa começou a trabalhar com um sistema de inteligência artificial. “Na época, a ideia era que a IA trabalharia ao lado de redatores humanos para ajudar a acelerar o processo, essencialmente torná-lo mais eficiente”, contou.
Com o sistema implementado, Meadowcroft ficou bastante impressionado com o que ele podia fazer. “Isso acabou fazendo com que todos soassem medianos, indecisos e exatamente iguais, e, portanto, ninguém realmente se destacava”, disse ele.
Por mais que o conteúdo produzido pela inteligência artificial precisasse ser analisado por um humano para garantir que não tinha nada copiado de outro lugar, a IA era rápida. Para se ter uma ideia, o que um redator humano escrevia em 60 ou 90 minutos, a IA conseguia fazer em menos de 10 minutos.
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